Santana
UrbenautaS
Crônica
Tudo se renova
Caminhava com meu filho, pensativa pelas ruas de Santana até que um skatista ganhou a minha atenção. Observava o jovem fazendo suas manobras arriscadas e notei que executava cada movimento com paixão no Parque da Juventude, um local que passou por tantas transformações.
Como um lugar onde antes fora pregado o medo e a violência pôde se transformar em um ambiente de liberdade e esperança?
Há alguns anos, detentos revoltados foram massacrados: 111 mortes violentas aconteceram naquele terreno que hoje abriga uma biblioteca, um parque e um museu que atrai os jovens com memória curta e passageira.
No concreto que exaltava dor, ódio e discórdia, hoje a grama exalta a esperança e a reconstrução.
Enquanto me aproximava dos últimos vestígios remanescentes da prisão, relembrava o que se passou e me sentia mal, como se toda a dor ali presente se dirigisse a mim.
Penso que talvez, o tempo tenha o poder de cessar a discórdia e fazer renascer a paz. Que o olhar de cada jovem traz um brilho capaz de transformar a maldade do mundo em amor e bondade. Os desacreditados que me perdoem, mas creio que, apesar de todos os apesares, tudo se renova.
Cabe a essa juventude revolucionária, lutar a favor do justo e transformar cada rua escura em uma iluminada pista de skate.