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Crônica

Tudo se renova

   Caminhava com meu filho, pensativa pelas ruas de Santana até que um skatista ganhou a minha atenção.  Observava o jovem fazendo suas manobras arriscadas e notei que executava cada movimento com paixão no Parque da Juventude, um local que passou por tantas transformações.

   Como um lugar onde antes fora pregado o medo e a violência pôde se transformar em um ambiente de liberdade e esperança?

   Há alguns anos, detentos revoltados foram massacrados: 111 mortes violentas aconteceram naquele terreno que hoje abriga uma biblioteca, um parque e um museu que atrai os jovens com memória curta e passageira.

   No concreto que exaltava dor, ódio e discórdia, hoje a grama exalta a esperança e a reconstrução.

  Enquanto me aproximava dos últimos vestígios remanescentes da prisão, relembrava o que se passou e me sentia mal, como se toda a dor ali presente se dirigisse a mim.

   Penso que talvez, o tempo tenha o poder de cessar a discórdia e fazer renascer a paz. Que o olhar de cada jovem traz um brilho capaz de transformar a maldade do mundo em amor e bondade. Os desacreditados que me perdoem, mas creio que, apesar de todos os apesares, tudo se renova.

   Cabe a essa juventude revolucionária, lutar a favor do justo e transformar cada rua escura em uma iluminada pista de skate.

Autores do Texto
Amanda Toledo   Nº01
Guilherme Cury   Nº13
Julia Isshiki   Nº19
Rafael Lara   Nº32
Entrevista com os integrantes do grupo - 1ªD
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